terça-feira, 9 de novembro de 2010

ADORAÇÃO AUTÊNTICA ESSA É ACEITE

Imagine duas situações. Um maestro a dirigir uma grande orquestra composta por mais ou menos cem músicos. Os que tocam instrumentos estão totalmente sob o comando do regente, isto é, qualquer falha nos comandos, a orquestra errará as notas do compasso, ou o próprio andamento da canção.

O que seria dos programas de auditório sem os animadores? Aqueles indivíduos que ficam por trás das câmeras, e muitas vezes rapidamente aparecem, mostrando uma placa: “APLAUSOS”!!!! “BATER PALMAS”!!! “GRITAR”!!!!

Quem é que não passou já por períodos de louvor onde o ministro mais parece um maestro. Para o qual toda a atenção da congregação está voltada ou, um animador de auditório onde as suas palavras são escutadas de forma indiferente e por vezes critica.
Acredito que a igreja do Senhor não tolera mais momentos de louvor e adoração sem Koinonia (comunhão entre os irmãos) e participação da mesma. Cada vez mais somos tomados por ministrações sem impacto e autoridade de Deus. A Igreja permanece todo o momento inerte, mostrando que nada está acontecendo. Não obstante, o Senhor pode agir no silêncio, porém, quando Jesus operava milagres, e crê-se que ainda opera, os resultados eram manifestos com júbilo e alegria.

Vários são os fatores que contribuem para esta situação calamitosa, contudo a comunhão com Deus e com os irmãos sintetiza todas as causas. Um relacionamento com Deus, sincero e constante produz verdadeiros adoradores. No evangelho de Lucas 10:38-42, observamos um exemplo claro de desejar estar na presença do Senhor. Marta mais preocupada com o que fazer para agradar ao Mestre, ficou fora da Sua presença, mas Maria queria alimentar-se espiritualmente, por isso deixou tudo para ouvi-lo. Quantas vezes os ministros de louvor (Instrumentistas ou cantores), estão mais preocupados com um arranjo, questões seculares das suas vidas , que ouvir o que Jesus está a dizer através da Palavra e dos louvores. Relacionar-se com Jesus é estar disposto a ouvi-lo e seguí-lo. Não adianta tentar outro caminho que não seja submeter-se a vontade de Deus e buscar comunhão com Ele. Outro aspecto de uma vida de Adoração é a comunhão com a igreja (irmãos).

“ E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” At 2:42. Entende-se esta comunhão ( KOINONIA) de forma absoluta, isto é, como parte essencial de uma vida de adoração. Esta unidade é levada a efeito através do Espirito Santo. O membro da comunidade primitiva era moralmente, fisicamente e espiritualmente apoiado pelos irmãos.

Nota-se também, a preocupação do apóstolo Paulo com a unidade da Igreja em I Cor 1:10, ele exorta o povo em Corinto a permanecer falando a mesma coisa, ou seja, estar em união. Embora não faltasse nenhum Dom a Igreja. Seus membros não tinham maturidade espiritual e de caráter. O apóstolo ensinava que sem unidade, a Adoração ao Senhor, que não resume-se apenas a momentos cantados, é sem propósito. Jesus mostrava que o povo pecava porque não conhecia as Escrituras, nos alertando que o ensino da Sua Palavra é prioridade na vida da Igreja.

Algumas igrejas, principalmente as tradicionais, ainda não despertaram para a importância de doutrinar sobre louvor e adoração. Se esquecem que ao criar o homem, Deus o fez para Sua honra e glória, logo, a Adoração com instrumentos musicais que é a forma mais bela de expressão ao Senhor, e que é, resultado de uma vida em santidade, está sendo posta de lado. A Igreja precisa ser doutrinada sobre como Louvar e Adorar a Deus. O apóstolo Paulo afirma: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” O apóstolo exalta a importância de pregar o evangelho e a necessidade da humanidade conhecer Jesus. Como pode haver verdadeiros períodos de Louvor e Adoração sem ensinamento? Como poderá existir um relacionamento sincero com Jesus se os “adoradores” não o conhecem profundamente? Eis a aí o cerne do problema!

Estrelismo por parte de músicos e líderes tem contaminado as ministrações, o Senhor Jesus nos alerta em Marcos 10:43-44 “...quem quiser ser o maior, seja aquele que sirva...”. Falta de liderança na condução das músicas, isto é, o líder muitas vezes não sabe voltar ao inicio da música, e mudar o momento de cantar um refrão. Por esse motivo a ministração fica limitada. Os arranjos não tem simplicidade, porquanto, a atenção se volta para os músicos e não para o que está sendo cantado. A Palavra falada se prolonga tornando o momento do louvor cansativo, ou seja, há uma quebra no clima de Adoração.

O espaço para o Louvor e Adoração no culto acaba se tornando um show ou performance musical, logo, se nenhuma providência for tomada, chegará um tempo que as Igrejas cobrarão ingressos para os irmãos assistirem as “ministrações”.

Outro fator importante é a oração ferramenta indispensável numa vida de adoração. Através da conversa com Deus, os pecados são confessados e perdoados, corações são consolados e a exaltação a Jesus é expressa, não obstante, a oração antes do período de louvor tem a intenção de glorificar o nome de Deus, mas, quando as músicas começam a ser tocadas, aflora a “estrela que deseja ser admirada”. A coisa toda soa como uma mera apresentação. Logo após as músicas, tenta-se eliminar o sentimento de culpa, de uma ministração centrada no “eu”, com outra oração não com o intuito de pedir perdão pelo pecado cometido mas, para agradecer a “presença do Espírito Santo”. Jesus ao confrontar os fariseus lhes disse: “ Porque do coração procedem maus desígnios, ...São estas as coisas que contaminam o homem...”. Mateus 15:19-20. O profeta Jeremias também enfatiza: “ Enganoso é o coração mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” Jeremias 17:9. Há a necessidade de uma transformação no caráter daqueles que se propõe a fazer parte de ministérios, e grupos de louvor. O desejo de aparecer é um sentimento que tenta tirar a honra do criador, e transferi-la para a criatura. Coisa que o Senhor jamais permitirá, porquanto, a Sua glória Ele não faz passar a ninguém. Deve-se lembrar que, esta disposição para o “eu” nasceu e fincou raízes no coração de Lúcifer.

A igreja do Senhor carece de verdadeiros Adoradores que se neguem a si mesmos todos os dias, e ponham Jesus em primeiro lugar, porquanto, unicamente assim os momentos de Adoração ao Senhor, edificarão a igreja e as canções alcançarão o Trono do Altíssimo.

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