domingo, 4 de março de 2012

O CONCEITO BÍBLICO DE PERFEIÇÃO

É um fato marcante que mesmo cristãos professos têm frequentemente falhado mo entender a Bíblia como ela deve ser entendida. Eles têm lido os termos bíblicos com ideias preconcebidas derivadas da filosofia tradicional. Quando a filosofia humana é misturada com revelação bíblica, o resultado é sempre uma teologia especulativa. Tal filosofia tende a distorcer o carácter de Deus e o caminho da salvação como exposto na Sagrada Escritura.

Especialmente, a ideia bíblica distintiva de “perfeição” tem sofrido muito de várias teologias especulativas. A história do Judaísmo e da igreja Cristã mostra uma variedade de seitas religiosas e movimentos monásticos, cada qual pretendendo ter o monopólio da verdadeira perfeição aos olhos de Deus.

Uma análise crítica de cada forma específica de perfeccionismo revela, contudo, que sem excepção o conceito bíblico de perfeição tem sido distorcido por uma mistura de elementos estranhos.

Esta história de falha deveria prevenir-nos ao máximo de pretender possuir a perfeição ou conhecer exactamente o que é isso aos olhos de Deus. Temos que examinar as nossas pressuposições e dogmatismo em primeiro lugar sobre perfeição, se nós queremos avaliar os nossos conceitos criticamente à luz da revelação escriturística. Como necessitamos compreender a verdade da confissão de David: “Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz”! (Sal. 36:9) A luz divina vem através das Sagradas Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, “revivificando a alma”, “fazendo sábio o simples”, “alegrando o coração”, “iluminando os olhos”, “permanecendo para sempre”, “juntamente retos” (Sal. 19:7-9).

No campo da teologia bíblica, muitos vieram a compreender que ideias dos profetas e apóstolos são mais do que conceitos. Elas são ideias nascidas no Céu, “os Oráculos de Deus” (Rom. 3:2), através dos quais Deus comunica a Sua graça, sabedoria e poder. Isto não significa que a Bíblia seja uma colecção de provérbios não relacionados ou oráculos isolados. Pelo contrário, tanto o Antigo como o Novo Testamentos são primariamente registos da incomparável história dos feitos de Deus na História de Israel, todos estruturados por Seus santos concertos com Israel e os Doze apóstolos. Os profetas interpretaram fielmente o significado dos justos actos de Deus até que Jesus Cristo veio com a mais completa revelação do santo carácter e vontade de Deus. “Quem Me vê a Mim vê o Pai. ” (João 14:9), disse Jesus a Filipe.

Ele foi mais do que o Perfeito Intérprete da Torah, dos Profetas e dos Salmos. As Suas próprias palavras continham o poder criativo de graça e cura, que restauraram no crente a imagem moral de Deus em verdadeira perfeição. Em verdade, Jesus podia dizer: “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.” (João 6:63). “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (João 14:6). Estas considerações levam-nos a aceitar o princípio fundamental de interpretação de que Cristo é o verdadeiro Intérprete do Antigo Testamento, ou afirmado diferentemente, a Bíblia é o seu próprio expositor.

A guia do Espírito Santo, que inspirou a todos os escritores da Bíblia, sempre fielmente acompanha as Escrituras Sagradas para iluminar e guiar as nossas mentes e assegurar-nos da verdade divina.

O nosso propósito é aplicar este princípio de interpretação agora ao estudo da ideia bíblica de perfeição. Somente então nós podemos chegar a uma definição ou a uma síntese da perfeição bíblica.

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