Texto principal
"O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas
pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com
muitos sofrimentos." (1Tm 6:10, NVI).
Dizem que "as pessoas gastam dinheiro que não têm em
coisas de que não necessitam, a fim de impressionar as pessoas de quem não
gostam".
Que importante verdade tem essa declaração, ela apresenta algo discutível. O que não se discute,
entretanto, é que o dinheiro pode ter uma poderosa influência sobre todos nós.
Uma vez que os hábitos financeiros de uma pessoa representam de forma
abrangente os valores que ela adota, o dinheiro é realmente uma questão
espiritual. Sem dúvida, é por isso que a Bíblia gasta muito tempo falando sobre
esse assunto.
Além disso, a fama normalmente acompanha a riqueza. Estrelas
de cinema, atletas de destaque e políticos frequentemente possuem ambas. As
celebridades exercem influência, uma forma de poder. Jesus, todavia, não Se
impressionou com a riqueza ou o poder de ninguém. Ele simplesmente procurava
alcançá-los pela mesma razão que O levava a alcançar todos os demais: Ele queria
que tivessem a riqueza que o dinheiro não pode comprar.
Busque a Deus hoje para experimentar o arrependimento dos
pecados e o refrigério pela presença do Espírito Santo.
Ricamente abençoado
Como seres humanos decaídos, estamos sujeitos à inveja,
especialmente em relação aos que têm mais dinheiro do que nós (não importando
quanto dinheiro podemos ter). A Bíblia, porém, não despreza totalmente nem a
riqueza nem os ricos. À semelhança do que acontece com tantas outras coisas na
vida, os problemas não surgem das coisas em si, mas da forma como nos
relacionamos com elas.
1. Quais conselhos a Bíblia dá acerca da riqueza? Dt 8:17,
18; Gn 13:5, 6; 41:41-43; Jó 1:1-3; Dn 4:28-31. Por que era tão importante que
Israel não se esquecesse de onde provinham as bênçãos que recebia?
Não há dúvida de que pessoas como Abraão, José, Mardoqueu,
Ester, Ezequias, Josias e Josafá eram ricos e espiritualmente dedicados. O
exemplo de Nabucodonosor, no entanto, mostra o perigo de tornar a riqueza um
ídolo, algo que é tão fácil acontecer com qualquer pessoa. Por outro lado, o
reconhecimento da
generosidade de Deus em conceder riquezas resultou em bênçãos
espirituais e materiais para os israelitas. Eles foram especificamente advertidos
a não se esquecerem da fonte dessas bênçãos (uma boa lição para todos nós, não
é mesmo?).
Em resumo, riquezas em si não indicam pobreza espiritual ou
indiferença. Existem pessoas muito ricas, piedosas e fiéis, e também existem
ricos perversos e infiéis. De qualquer maneira, não devemos transformar o
desejo de ter dinheiro numa obsessão, nem devemos desprezar os ricos. Eles
precisam de salvação, tanto quanto os pobres.
Quais são suas atitudes em relação aos ricos? É fácil ficar
com inveja, correto? Como você pode superar esses sentimentos e vê-los como
pessoas que necessitam do conhecimento salvífico de Jesus?
Ore hoje para que Deus o ajude a confessar seus pecados de
maneira geral e específica.
Encontro noturno
Pessoas ricas, famosas e bem situadas na vida não
intimidavam Jesus. Cristo não Se ressentia nem Se curvava perante a elite
social. O Salvador reconhecia que a prosperidade financeira não podia
proporcionar paz, contentamento, relacionamentos significativos nem propósitos
profundos. O mais rico magnata podia facilmente estar mais solitário, vazio e
irritado do que o mais simples, pobre e humilde cristão.
2. Qual foi a mensagem central de Cristo a Nicodemos? (Jo
3:1-15). Que eventos despertaram o interesse de Nicodemos em Cristo? (Sugestão:
leia o capítulo 2:13-25). O que foi representado pelas trevas da noite?
Nicodemos havia testemunhado o poder e a autoridade de Deus
revelados no ministério de Jesus, e procurou se encontrar secretamente com Ele.
Jesus poderia ter recusado essa proposta, mas, não querendo que ninguém
perecesse, prontamente aceitou a oportunidade de fazer com que Nicodemos desse
mais um passo rumo ao reino. A pobreza de Nicodemos era espiritual, não
material. Embora rico dos bens deste mundo e de elevada posição social, ele
estava faminto espiritualmente.
Instintivamente, Nicodemos se revoltou contra qualquer
sugestão de que israelitas instruídos como ele necessitassem de conversão.
Porém, Jesus insistiu apresentando a ele a escolha eterna entre o juízo e a
salvação. Temendo a denúncia e o ridículo, Nicodemos se recusou a aceitar o
convite de Cristo. A entrevista aparentemente havia fracassado. Entretanto,
aquela semente espiritual ficou plantada, germinando lentamente sob o solo de
seu coração.
"Depois da ascensão do Senhor, quando os discípulos
foram dispersos pela perseguição, Nicodemos tomou ousadamente a dianteira.
Empregou sua fortuna na manutenção da igreja em seu início, que os judeus
haviam esperado fosse extirpada com a morte de Cristo. No tempo de perigo
aquele que haviam sido tão cauteloso e duvidoso, mostrou-se firme como a rocha,
animando a fé dos discípulos, e fornecendo meios para levar avante a obra do
evangelho. Foi desdenhado e perseguido pelos que lhe haviam tributado
reverência em outros tempos. Tornou-se pobre em bens deste mundo; todavia, não
vacilou na fé que tivera seu início naquela conferência noturna com Jesus"
(Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 177).
Os ricos convertidos desempenharam importante papel no
sustento do movimento cristão primitivo, mas a maior parte das dádivas foram
feitas com sacrifío pessoal. Você acredita que Deus o chamou para dedicar seus
recursos à Sua obra?
Vamos orar hoje pela unidade cristã. É algo bíblico e real!
Ricos e infames
Respeitabilidade nem sempre acompanha a riqueza. Embora
muitos conquistem sua riqueza honestamente por meio de trabalho árduo,
dedicação e bênçãos de Deus, outros são totalmente desonestos. Pior ainda,
alguns ganham dinheiro legalmente, mas de maneira imoral, pois nem tudo o que é
legal é moral, como todos bem sabemos.
3. Compare Mateus 9:10-13 com Lucas 5:27-32; 19:1-10. O que
motivou a crítica dirigida a Jesus? O que Sua reação à crítica nos ensina sobre
a graça?
Jericó, a cidade de Zaqueu, havia se tornado um importante
centro comercial e abrigava o palácio de Herodes. Devido à sua localização
geográfica, possuía um posto de cobrança de impostos. Zaqueu poderia ter ficado
rico de modo legítimo, como o mais alto funcionário do posto fiscal da região.
A narrativa, no entanto, sugere que a ganância o levou a ultrapassar os limites
legais. Zelosos patriotas desprezavam até mesmo os honestos cobradores de
impostos, vendo-os como instrumentos de seus opressores romanos, mas
desprezavam muito mais os desonestos como Zaqueu. Mateus (Levi) ocupou função
semelhante em Cafarnaum, sob o governo de Herodes Antipas. Tendo assumido o
papel de agentes do governo romano, eles eram vistos como traidores, ou pior,
como traidores ladrões.
No entanto, Cristo não Se intimidou. Desafiando as
restrições sociais, jantou com eles, atraindo intensas críticas da parte dos
sacerdotes e das pessoas comuns. Pela interação de Jesus com eles, esses homens
desprezados foram ganhos para o evangelho. Mateus não só se tornou um dos doze discípulos,
mas também autor de um livro do Novo Testamento!
Devemos ser cuidadosos quanto ao julgamento espiritual que
fazemos das pessoas. Embora nem todos os pecados sejam de igual magnitude e as
consequências sociais sejam diferentes, todos somos iguais perante Deus no
sentido de que todos precisamos da justiça de Cristo.
Pense em algum personagem bem conhecido, mas desprezado em
sua cultura. Como seria se você tivesse a chance de testemunhar a essa pessoa?
Você teria coragem de fazer isso? O que diria?
Comprometa-se a orar hoje por um exame de consciência!
Deus pode ajudá-lo a vencer. O poder da cruz pode arrancar
todo o mal do seu coração.
Mensagem folheada a
ouro
4. Analise as seguintes passagens: Marcos 4:18, 19; Lucas
1:51-53; 6:22-25; 12:16-21; 16:13. Qual é o conselho prático desses versos?
Quais são as advertências neles encontradas? Como essas passagens podem ser
utilizadas na missão de fazer discípulos entre os ricos?
Dizem que não possuímos as coisas que temos; as coisas que
temos nos possuem. É fácil se tornar absorvido pelos bens materiais; por isso
Jesus advertiu sobre "os enganos das riquezas" (Mc 4:19, RC).
Considere a facilidade que o dinheiro ou a sua busca têm
para confundir nossas prioridades espirituais. É muito importante manter essa
verdade em mente, à medida que procuramos alcançar aqueles cuja riqueza
possivelmente já os tenha cegado.
Ao mesmo tempo, todos precisamos considerar a realidade.
Algumas pessoas vivem como se a pergunta a ser feita no juízo fosse:
"Quanto dinheiro você ganhou?"
Cristo inverte nossas prioridades equivocadas. Embora
adquirir bens não seja proibido, eles devem ser colocados na devida
perspectiva. Os bens materiais são instrumentos de Deus designados para
beneficiar a humanidade. Eles se tornam bênçãos quando compartilhados e não
quando são acumulados. Quando amontoados, tornam-se maldição.
Pessoas materialistas, sejam ricas ou pobres, estão em
perigo de sacrificar o bem-estar eterno pelos prazeres temporais. A satisfação
eterna é trocada por fantasias passageiras que se deterioram e se tornam
obsoletas. Os seres humanos servem a Deus ou ao dinheiro, nunca a ambos. Todos,
ricos ou pobres, precisam ser lembrados: "Que aproveita ao homem ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma?" (Mc 8:36).
Essa advertência sobre o materialismo é importante para
todos os cristãos, não apenas por causa deles mesmos mas também para o
testemunho. Afinal, como podemos advertir os ricos sobre os perigos espirituais
da riqueza, se estamos envolvidos na mesma armadilha?
Peça a Deus sabedoria para ser verdadeiro e humilde como Ele
ensinou!
Condições perigosas
5. Leia Mateus 19:16-26. Que perigos espirituais são
revelados nessa passagem? Como os cristãos podem beneficiar os "jovens
ricos" de hoje?
O jovem possuía qualificações, recursos materiais,
inquestionável moralidade e elevada autoestima! Ele solicitou sinceramente a
fórmula de salvação. Deveria Cristo sentir-Se lisonjeado e pensar:
"Finalmente estamos convertendo as classes altas!"?
Aparentemente, nenhuma euforia contaminou o pensamento de
Cristo. Se o jovem esperava elogio, ficou decepcionado. Em vez disso, Cristo
estabeleceu os Dez Mandamentos como padrão de obediência. Talvez o jovem
príncipe tenha se congratulado. Em sua autoavaliação, ele havia superado o
primeiro obstáculo. Cristo, porém, em outra ocasião, havia requerido uma
justiça que excedesse a dos outros líderes religiosos. Seria esse padrão
rebaixado para se acomodar a esse candidato? Judas teria ficado empolgado. Os
que lidavam com relações públicas teriam ficado muito felizes. Pense no que
poderia significar para sua imagem pessoal a presença de patrocinadores ricos
em seu grupo.
No entanto, as deficiências espirituais não podem ser
passadas por alto nem minimizadas, pois a missão de Jesus é sagrada. Concessões
não podem ser toleradas. Cada inclinação egoísta deve ser subjugada. Cristo
descreveu o processo em três etapas: venda seus bens, ajude os necessitados e
siga-Me. Esse era um território espiritualmente perigoso. Apesar de jovem, o
candidato a discípulo tinha acumulado uma fortuna considerável. Casas de luxo,
belos vinhedos, campos produtivos, roupas da moda, coleções de joias, servos,
gado, talvez carruagens velozes, tudo isso pode ter passado em sua mente. Os
termos de Deus eram inflexíveis. Nenhuma barganha ou negociação poderia reduzir
o preço: tudo para Jesus; grandeza mundana em troca do tesouro celestial.
"Quantos têm vindo a Cristo, prontos a unir seus
interesses com o dEle e, como o jovem rico, desejam ardentemente herdar a vida
eterna! Mas quando o custo lhes é apresentado; quando lhes é dito que precisam
abandonar tudo, casas e terras, esposa e filhos, e não julgar sua vida preciosa
para si mesmos, eles se retiram tristes. Eles querem os tesouros celestiais e a
vida que se compara com a vida de Deus, mas não estão dispostos a abrir mão de
seus tesouros terrenos. Não estão dispostos a renunciar a tudo para ganhar a
coroa da vida" (Ellen G. White, The Advent Review and Sabbath Herald
[Revista do Advento e Arauto do Sábado], 19 de abril de 1898).
Os cristãos não devem se sentir intimidados nem fascinados
pelas pessoas ricas, mas precisam proclamar-lhes sem temor a mensagem da
salvação. Você tem coragem para evangelizar os ricos?
Busque ao Senhor para que Ele produza o fruto da fé em sua
vida!
Estudo adicional
Leia de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p.
167-177: "Nicodemos"; p. 272-280: "Levi Mateus"; p.
518-523: "Uma Coisa te Falta"; p. 552-556: "Zaqueu"; A
Ciência do Bom Viver, p. 209-216: "O Ministério em Favor dos Ricos".
"Muito se diz quanto ao nosso dever para com os pobres
negligenciados; não se deveria dar alguma atenção aos negligenciados ricos?
Muitos consideram essa classe um caso perdido, e pouco fazem para abrir os
olhos daqueles que, cegos e ofuscados pelo falso brilho da glória terrena,
perderam o cálculo da eternidade. Milhares de ricos têm baixado ao túmulo
inadvertidos. Mas, por mais indiferentes que pareçam, muitos entre eles são
almas oprimidas. 'Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a
abundância nunca se farta da renda' (Ec 5:10). Aquele que diz 'ao ouro fino: em
ti confio; [...] assim negaria eu ao Deus lá de cima' (Jó 31:24, 28). 'Nenhum
deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele (Pois
a redenção da sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam antes)' (Sl
49:7, 8, RC).
"[…] Muitos dentre os ricos anseiam por alguma divina
certeza, alguma esperança espiritual. Muitos anelam alguma coisa que acabe com
a monotonia de uma vida sem objetivo" (Ellen G. White, A Ciência do Bom
Viver, p. 210).
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